Maringá com Informação | Lúcio Rosas

As organizações estão preparadas para a nova ordem social, econômica e política, em "Tempos Líquidos"?

Nos conteúdos anteriores, abordamos a possibilidade de incompreensão por parte dos gestores em relação à aplicação do Marketing e da Comunicação nas decisões organizacionais, bem como a teoria da “Miopia de Marketing” (Levitt, 1960), na qual os gestores concentram as suas estratégias nos seus produtos/serviços em detrimento das necessidades reais das pessoas.

Neste cenário, fica claro que as pessoas devem ser o foco de qualquer estratégia, pois são esses “CLIENTES” que garantirão o objetivo desejado de qualquer tipo de organização.

 

Dessa forma, apresentamos, nesta reflexão, a necessidade de compreender o que as pessoas pensam atualmente, qual a compreensão de sociedade e valores que possuem, para podermos, de fato, tomar uma decisão estratégica assertiva de Marketing e Comunicação.

 

Sendo assim, é importante incluirmos nesse conteúdo Zygmunt Bauman, filósofo e sociólogo polonês que faleceu em 2017, que nos deixou uma das mais relevantes reflexões sobre as relações sociais, econômicas e de produção, e como se tornaram frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos, no que chamou de “Modernidade líquida”.

 

A partir do século XX, percebe-se uma mudança na estrutura social, passando de um modelo de produção para uma sociedade do consumo, caracterizada por uma intensa produção de mercadorias e bens, aliada a uma rápida evolução tecnológica, o que causou uma ruptura nos padrões sociais, econômicos e políticos existentes, bem como uma alteração nas ideologias e nos paradigmas existentes.

 

Segundo Bauman, a revolução do consumo é caracterizada por um aumento constante de desejos, com o objetivo de garantir a segurança do consumidor. 

 

Surge uma fase em que as pessoas se sentem perdidas diante de tantas mudanças, e elas próprias começam a se desfazer de certos valores e modifica-los, inclusive, dando uma nova tradução ao conceito de felicidade, que deixa de ser subjetivo e passa a ser mensurável por objetos e significação.

 

Como podemos ligar o Marketing e a Comunicação à nova ordem social, econômica, política e tecnológica?

 

O Marketing precisa estar sempre atualizado e usar ferramentas para criar informações importantes sobre o mercado e as pessoas. Isso pode ajudar a criar produtos e serviços que atendam às necessidades das pessoas. A Comunicação segue o mesmo caminho, embora mais dispersa em função do surgimento de novos grupos, mas ainda mais eficaz em relação ao alcance desejado.

Vejamos dois exemplos de empresas, NETFLIX e SPOTIFY. O STREAMING é um dos mais populares formatos de mídia, tanto vídeo quanto música. É importante entender como essas plataformas oferecem esse serviço para entender melhor o público.

 

Nesse estudo, a SPOTIFY é a plataforma de streaming mais utilizada, consumindo, em média, 13h26min de áudio por mês. A NETFLIX é a líder em acesso (desktop + mobile), com média de 50 milhões de visitantes únicos e 350 milhões de visualizações de vídeos por mês. 45% dos usuários de internet concordam que os serviços de STREAMING de TV mudaram o modo de ver a televisão, e 30% assistem mais à televisão do que antes por conta desses serviços.

 

São tendências que devem ser monitoradas para que as decisões estratégicas estejam direcionadas ao que o público-alvo deseja e percebe, e não apenas o que as organizações desejam e podem oferecer. Dessa forma, profissionais qualificados, aliados a softwares inovadores, são cada vez mais requisitados em qualquer equipe de marketing e comunicação, uma vez que a intuição não é mais suficiente para garantir os resultados desejados pelas organizações.

 

Prof. Me. Lúcio Olivo Rosas

Mestre em Comunicação e Semiótica: Significação das mídias

Professor universitário e Market intelligence Professional

@lucio_rosas_      @maringacominformacao

 

Dicas para leitura sobre o tema:

BAUMAN, Z. A Arte da Vida. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2009

BAUMAN, Z. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Editora Zahar 2008.

BAUMAN, Z. Tempos líquidos. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.

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